Equipamentos

Cadeirinha ou Baudrier
A cadeirinha é um equipamento essencial para a prática do rapel, serve para sustentar o praticante durante a atividade, de uma forma confortável e segura. As melhores são aquelas que possuem regulagem tanto na cintura como nas pernas, e possuem acolchoamento para dar conforto ao praticante, sem esquentar muito (figura 1). Antes de descer, verifique se todas as fitas da cadeirinha foram bem ajustadas e se foi feita a laçada na ida e na volta, para não correr o risco de nada se afrouxar durante o rapel.

Capacete
É equipamento de uso obrigatório apesar de muitas vezes ser desprezado. Talvez você nunca vá precisar do capacete, e nós esperemos até que nunca precise, mas basta precisar uma vez que, se ele não estiver lá, você pode ter sérios problemas, portanto, use-o sempre (figura 2). O capacete serve para proteger a cabeça de pedras ou outros objetos que podem cair enquanto se faz o rapel, serve também para proteger de eventuais batidas e choques contra os galhos e pedras da parede que se está descendo. Uma coisa fundamental do capacete é verificar se ele também está protegendo a testa da pessoa.


Ascensores (Blocantes)
O Poigneé é utilizado junto com o Basic. No Poigneé fica preso o cabo do pé, nele você se apóia na hora da subida. Se apoiando no Basic, a pessoa sobe o Poigneé, que trava na corda, então ela sobe apoiando-se no pé e leva consigo o Basic, que por sua vez trava na corda não proporcionado a descida (figura 3).

Cordas
É o equipamento fundamental para realizar o rapel. Deve-se ter muita atenção na escolha desse material, pois é a corda que irá sustentar praticamente todo o peso durante a atividade, devemos usar cordas próprias para o rapel, e de preferência, deve ser do tipo semi-estática (com alongamento de cerca de 3%) e do tipo drycore (secam muito rapidamente, tanto capa quanto alma). O tamanho da corda vai variar de acordo com o local a ser praticado o rapel, mas deve-se ter pelo menos uma corda de 50m. É bom ter cordas maiores do que se precisa, porque com tempo podemos ir cortando as extremidades da corda que são as partes que mais sofrem atrito e impacto com o rapel (figura 4). 
Deve-se procurar usar uma corda de pelo menos 10mm, e não muito mais do que isso porque pode atrapalhar e prender na hora de passar pelo mecanismo de frenagem. Não devemos usar cordas náuticas ou de outra finalidade, pois a sua capacidade de carga e resistência à abrasão são muito menores, pondo em risco os praticantes da atividade. A corda deve ser muito bem tratada, pois é uma coisa fina, e sua vida pode depender dela. Partículas de argila e poeira penetram pela capa e provocam desgaste interno que às vezes não se percebe por fora, não devemos pisar na corda, e periodicamente devemos lavá-la com água corrente e sabão neutro. A corda deve secar estendida e na sombra. Na hora de guardar, desmanche os nós e enrole-a frouxa, armazenando-a em local seco e fresco.


Fita Expressa
As primeiras eram de nylon, hoje se usa materiais mais nobres como o kevlar e spectra, que são muito fortes, levíssimas e muito resistentes a cortes e à abrasão. Os usos das fitas são muitos, principalmente para a segurança e ancoragem (em locais onde as cordas poderiam ser danificadas, como em bicos de pedras), ou ainda para ser usadas como extensão entre o mosquetão e o oito para afastar da corda a pessoa que desce pelo rapel. São unidas em forma de anel, de grande resistência, podendo ser costuradas (não as costure você mesmo, elas já vem costuradas de fábrica), ou unidas por um nó específico, denominado "nó de fita". São cortadas em diferentes tamanhos, de acordo com sua finalidade. Quando presa na cadeirinha, para segurança, recebe o nome de "solteira", se é utilizada em conjunto com dois mosquetões recebe o nome de "costura" (figura 5).

Mosquetão
Mosquetão (figura 6) é o nome que se dá às peças metálicas em formato de elo com uma parte móvel (lingüeta), que se fecha com a ação de uma mola interna. Essas argolas de metal são usadas para praticamente tudo no rapel. Usa-se para ancoragens, para fixar o freio à cadeirinha, para transportar e pendurar coisas, para auxiliar na segurança, e muitos outros. 
São geralmente feitos em ligas especiais de alumínio, para torná-los leves (existem mosquetões de aço, bem mais pesados). Sua maior resistência é no sentido do maior eixo, portanto só devem ser solicitados nessa direção. Devemos procurar utilizar equipamentos com o selo UIAA (Union International Association of Alpinists), que venham com sua resistência nominal impressa no próprio equipamento, e ainda, sabendo que todos os equipamentos estão sujeitos a apresentar falhas, devemos sempre usar mosquetões em conjunto, para se um falhar, ainda termos a segurança do segundo mosquetão. Existem vários modelos e formas, cada um com seus usos específicos, deve-se dar preferência aos de marcas conhecidas, com maior resistência nominal e com trava de segurança, que impedem uma abertura acidental.


Mosquete
Tem variados usos, principalmente para pendurar coisas ou auxiliar em tarefas menores. É menor e menos resistente que o mosquetão, para o rapel pode ser usado para diminuir ainda mais a força que se faz ao descer pela corda, utilizando-o para tencionar a corda.

Oito
É o mais antigo e conhecido mecanismo de frenagem (figura 7). Sua função, como a de qualquer modo de frenagem, é diminuir o esforço que se faz ao descer pela corda. Isso é feito devido ao atrito que a corda faz com as paredes do oito. O oito é muito versátil, de uso simples e bastante durável (tenha cuidado com o material, não o deixe bater ou cair), mas tem a desvantagem de torcer mais a corda do que outros mecanismos, por isso, vêm sendo progressivamente abandonado.

Luvas
Usadas para proteger as mãos durante a descida do rapel, seu material e espessura deve variar de acordo com a pessoa e com o tipo de rapel que se faz. Existem também as luvas que deixam a ponta dos dedos livres, o que permite o maior controle da corda.
Um bom tipo de luva para o rapel tradicional são aquelas usadas em mountain bike. Para um rapel mais rápido e cavernoso é aconselhável uma luva completa e grossa de couro, como as usadas em escalada e pelos garis.

Roldana
A roldana não é usada no rapel, mas pode ser muito importante no caso de se fazer um resgate, ou precisarmos erguer uma grande quantidade de peso. É essencial para se fazer a tirolesa, pois devido ao pequeno atrito que a roldana faz com as cordas, podemos deslizar a grandes velocidades (figura 8).